Arquitectos na rede

Entre alguns ajustes discretos que fui fazendo na aparência do blogue pendeu sobre mim uma decisão difícil. Resolvi reduzir ao mínimo a barra lateral, demasiado extensa, deixando apenas a lista de blogues favoritos – hoje uma pequena fracção de todos aqueles que sigo através do google reader. O dilema maior resultou em retirar, ou não, o directório de ateliers portugueses. A esse respeito tenho recebido alguns emails interrogando as razões por detrás dessa decisão. É uma questão que me tem feito reflectir, pelo que deixo as minhas ideias em aberto.
Quando comecei a escrever o blogue não existiam directórios de páginas web de arquitectos portugueses. Foi um bom motivo para iniciar uma compilação do que ia surgindo na rede. Tratava-se de uma listagem sem qualquer edição qualitativa. O reduzido número de sites disponíveis tornava-o justificável. Por outro lado, o relativo desprezo que nomes mais sonantes da arquitectura dedicavam à internet era compensado pela energia de arquitectos mais jovens que iam abrindo, a pouco e pouco, páginas graficamente criativas e ricas em conteúdos.
Com o tempo, e porque na rede tudo tende a crescer exponencialmente, foi-se tornando difícil para mim gerir a validade do directório. Os conteúdos das páginas alteram-se, algumas perdem actualidade, outras deixam mesmo de funcionar. Acresce ainda que existem hoje portais específicos para esse fim, dos quais tenho vindo a destacar o portal Portuguese Architects, da conceituada rede world-architects.com, com edição específica, actualizações constantes e divulgação regular para um grande universo de assinantes.
Venho assim questionando as razões para manter o directório do blogue, tal como existia. Justifica-se uma listagem aberta a todos, no que isso possa ter de bom e de mau? Ou deverá, a existir, ter critérios de edição? Eis o pequeno dilema. Nada de grave, nada de irreversível, mas que me merece alguma ponderação porque este é, afinal, um blogue pessoal, não institucional, e não tem pretensão a tornar-se um portal da profissão. Talvez esteja aí uma parte da resposta. Um directório não representativo, de subjectividade inevitável, mas único, à sua maneira.
Lá vou eu, outra vez, para debaixo do capot do blogue.

2 comentários:

  1. Caro Daniel;
    Antes de mais deixa-me felicitar-te pelo teu blog, que acompanho já desde algum tempo!
    venho hoje comentar o teu post, simplesmente para te revelar que, tal como eu, esse teu pequeno directório ajudou-me bastante nos tempos na Faculdade de Arquitectura a procurar referências. E mais tarde a encaminhar-me na procura de um atelier onde estagiar. Como tal, e como eu, mtos são aqueles q repetiram este processo.
    Deixo portanto, neste momento de reflexão, um abraço e obrigado.

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  2. Faz sentido o que diz; num tempo em que em que é cada vez mais evidente a falta de capacidade do individuo em consumir, analisar, reter, ... a informação que realmente lhe interessa, só lhe resta fazer opções que o ajudem a manter a sanidade; Entendo que artigos de opinião, como os seus, são do que melhor se encontra na web.
    Hoje em dia, referências na net, para estudantes ou profissionais, é o que mais há; a falta delas é algo de q nenhum estudante ou profissional de arquitectura se possa queixar.
    Por outras palavras, continue a "opinar" que me dá muito prazer lê-lo.

    Pedro Gama

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